Um intercâmbio e muita garra… (continuação)

(continuação da reportagem da Revista Saque)

O fracasso do México abriu um pouco os olhos dos dirigentes, que iniciaram um tímido intercâmbio, insuficiente para que o vôlei brasileiro tivesse grandes aspirações. Uma pequena recuperação aconteceu no Mundialito do Uruguai, realizado no ano seguinte, quando obtivemos um 4º lugar vencendo a Venezuela, Túnisia, Estados Unidos e Japão, este último vice-campeão olímpico no México. A imprensa da época destacava a garra dos jogadores, já que a improvisação continuava a mesma. João Jens. uma das revelações do E. C. Pinheiros, de São Paulo, e considerado um dos mais completos jogadores de todos os tempos pelo capitão William, da atual seleção (na época da reportagem da revista Saque): ” Só tinhamos uma camisa para toda a competição e o jeito era lavar após cada partida. Uma noite eu esqueci a camisa secando em cima do abajur e ela quase pega fogo. Conclusão: tive que pedir emprestado o uniforme de um reserva para entrar na quadra no jogo seguinte.”

No Mundial masculino de 1970, na Bulgaria a mistura de veteranos e jovens prosseguia: permaneciam Moreno, Jens e Paulão, que participaram da Olimpiada de 1968, enquanto eram convocados Negrelli, dos Santos, Bebeto de Freitas, do Botafogo, Luys Aymard e Danilas, este último um adolescente que ainda não havia completado 16 anos. A nova geração prometia, mas não havia condições de explorar aquele potencial, por isso continuávamos colecionando fracassos: os rapazes ficaram em 12º segundo lugar enquanto a Seleção feminina, que ainda não iniciara a renovação esperada, não passou de um 13º lugar..

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